domingo, 1 de abril de 2007

Dia Municipal da Cultura

Numa visão contemporânea, a Secretaria de Cultura de São Francisco do Conde, realizou pelo 2º ano consecutivo o Dia Municipal da Cultura. Data instituída através de Lei Municipal e que só agora, através da SECULT tem sua real conotação.

A data é uma homenagem a um dos franciscanos mais ilustres: Mario Augusto Teixeira de Freitas que nasceu em 31 de março de 1890 e que através de sua genialidade levou para fora das fronteiras brasileiras o nome de São Francisco do Conde perpetuando nas páginas de nossa cultura a sua história de vida.

O dia fora marcado com participação das diversas manifestações populares franciscanas numa programação dinâmica e participativa a qual contou também com a cobertura jirnalística do telejornalismo da TV Educativa da Bahia e da equipe de reportagem da Refinaria Landulfo Alves, dois grandes parceiros na difusão e apoio à cultura franciscana.

Nossos agradecimentos a todos os grupos e manifestações populares que, numa ação de cidadania permitiram a consecução deste evento, mostrando aos diversos visitantes e moradores que a nossa cultura é rica e que nós podemos e devemos mantê-la viva.

Este é o nosso maior desafio. Manter a nossa cultura em evidência.

A final o baiano não nasce, ESTREIA!!!!

sexta-feira, 30 de março de 2007

A Companhia Teatral Mont’Art

A Companhia Teatral Mont’Art, foi criada em 11 de fevereiro de 1999 por alguns jovens da comunidade do Monte Recôncavo, originário de um Quilombo, em São Francisco do Conde - Ba.

Objetivando fortalecer a cultura local, já que, diga-se de passagem, a respectiva cidade se destaca pela riquíssima diversidade cultural. Essa iniciativa foi impulsionada após tais jovens atuarem no espetáculo “Morte e Vida Severina” do escritor João Cabral de Melo Neto, sob a direção de Paulo César Barros. Daí a companhia buscou desenvolver ações afirmativas que possibilitassem o aperfeiçoamento artístico.

Dessa forma, procurou estreitar o relacionamento com a comunidade local a fim de conscientizá-la para a formação de platéia. Para tal, criou O Festiva de Cultura Montense, que é realizado no mês de agosto, que reúne grupos amadores de diversas linguagem artísticas. Esse evento tornou-se a maior expressão cultural ao ar livre da cidade de São Francisco do Conde. Alem desse evento, criou um subgrupo teatral denominado “Infanciart”, oferecendo oficinas para crianças e adolescentes, os quais são responsáveis pela manutenção e perpetuação da família Mont’Arte.

Nessa trajetória de 6 anos, a Companhia Teatral Mont’Arte, fez Vários parceiros que foram imprescindíveis para o seu trabalho, assim como o Teatro Vila Velha através das oficinas do “Projeto Tomalá da Cá”, e do projeto Teatro Cabo a Rabo; a secretaria de cultura de São Francisco do Conde, dentre outros grupos culturais da cidade.

Atualmente a companhia desenvolve os Projetos Teatro Solidários, que recolhe em apresentações alimentos não perecíveis para a doação; e o “Projeto Escola em Cena”, que atende a instituições Públicas sócio-educativas. Montou espetáculos que marcaram a sua caminhada como: “Lamento Negro“ (2002-2004), “O Brilho de Esperança” (2005).

A Companhia Cultural Mont’Art, nome atual após o registro civil, visando ampliar a parcerias com nova expressões artísticas, alem do teatro, abarcou o “Grupo de Dança Arte Envolvente”, que desenvolve oficinas de expressão corporal com criança sob a direção da coreógrafa Dione Alves; “Bloco Carnavalesco Coisa Nossa”, com a proposta de reviver os antigos carnavais; e o “Projeto Fazer Com Arte”, o qual promove oficinas de teatro e recreação para docentes e discente no âmbito escolar sob a perspectiva da arte educação.

Direção: Rubens Celestino
Elenco: Ana Patrícia Gregório, Bruno Cristiano dos Santos, Dione Alves, Erivaldo Gomes, Josemar Araújo, Leonardo Martins, Maricélia Conceição dos Santos, Marineyrila de Souza, Marilene Praxedes, Nhaiara do Nascimento, Robert do Rosário, Sislene Batista.

quarta-feira, 28 de março de 2007

As Paparutas

Este grupo que existe a mais de 80 anos surgiu na Ilha do Paty, terra natal do Artista Global Lázaro Ramos – o Foguinho e que pertence ao Município de São Francisco do Conde.

Situada no Recôncavo Baiano, 20 km de distancia da sede, a Ilha do Paty tem uma população de mais ou menos 200 pessoas predominantemente afro-descendente. As apresentações das “Paparutas” aconteciam às noites com a intenção de divertir os moradores da ilha.

A mesma difundiu-se como manifestação cultural em março de 2002, quando fora do âmbito da comunidade, realizou uma apresentação na sede da cidade em São Francisco do Conde na Feira da Mulher. Neste mesmo ano tiveram uma apresentação no Festival do Interior, em Salvador na Capital baiana, dando-lhe uma projeção nacional garantindo a boa trajetória de ascensão do grupo.

O grupo é composto por 19 bailarinas, com saias longas estampadas e coloridas, com blusas lisas de cor, com um tacho na cabeça com comidas típicas africanas as quais são oferecidas ao final da apresentação aos presentes. As musicas são geradas por um grupo de 11 pessoas que tocam instrumentos de corda e percussão, acompanhados por três vocalistas. As bailarinas formam um circulo e no meio apresenta-se. O grupo possue 33 componentes.

O nome Paparutas vem do nome paparoca que significa comida. Como as pessoas da comunidade chamavam Paparutas, manteve-se o nome PAPARUTAS BOAS que quer dizer: Comidas Boas.
Realmente são pratos saborosos, como só uma franciscana sabe preparar!!!

segunda-feira, 26 de março de 2007

A Nega Maluca

Meu nome é Luis Carlos dos Santos Sacramento, mas conhecido como Neném este que é o autor da Nega Maluca, antes eu criava vários personagens então eu resolvi deixar a cultura de São Francisco do Conde marcada com um personagem único no Brasil.

Passei uns dias na casa de um pessoal em Salvador, na Capital baiana e ao chegar o dia do carnaval, o pessoal perguntou a mim se eu não ia para São Francisco do Conde, então respondi:

- Ninguém me dá valor. Só que ao entrar em meu quarto parei para pensar e vi uma

coisa preta na minha frente, já sai dando risada. Então o pessoal perguntou por que eu estava rindo e eu respondi:

- É que eu vou para São Francisco do Conde agora.

Ao chegar na casa da minha mãe em, São Francisco do Conde, peguei uma peruca, consegui uma roupa preta, peguei uns bagos de carvão e comecei a pisar, e depois passei pelo corpo todo, vesti as roupas, pintei os lábios de batom vermelho e fui para a Avenida, e os foliões começaram a perguntar: O que é aquilo? Aquela maluca pelas ruas beijando um e outro.
Foi aí que deu o nome de “Nega Maluca”, mas conhecido como Neném que tem 44 anos de vida e 27 anos de cultura franciscana com este personagem.
Hoje encontramos caricaturas da Nega Maluca em diversas partes do Brasil.

domingo, 25 de março de 2007

O Bumba meu Boi


Existem aqui na Bahia três tipos de bumba meu boi, onde cada um presidente de seu grupo cria sua historia: Bumba Boi, Bumba Meu Boi e Boi Bumbá.
A historia de Feliciano dos Santos presidente do Bumba Meu Boi de São Francisco do Conde é que um fazendeiro tinha um afilhado de confiança onde o fazendeiro teve que viajar e deixou a fazenda a cargo do seu afilhado com o boi alazão de estimação. A esposa de João estava grávida e com desejo de comer o fígado do Boi Alazão de estimação. Onde o marido não queria matar o boi, porem a mulher ficou doente, então João com piedade da mulher teve que matar o Boi Alazão.
A esposa ficou boa e teve sua criança. Poucos dias depois o fazendeiro retornou de viagem, ao chegar à fazenda logo sentiu falta do seu boi de estimação e foi logo a casa de João saber noticia do seu boi de estimação.

- O Afilhado: A bença meu padrinho.
- O Fazendeiro: Deus lhe abençoe João, quer que tu me dê nova do nosso Boi Alazão.
- O Afilhado: O nosso Boi Alazão bebeu água de mandioca depois caiu no chão.

O fazendeiro logo exigiu que João desse conta de um boi pra ficar no lugar do Alazão nem que fosse de madeira ou até mesmo através de um desenho mais ele queria seu boi.

A partir desta história (Verdadeira) é que foi criado o Bumba meu Boi com a caveira original do alazão e a coluna foi feita com um pedaço de madeira de 2m e as 12 costelas (sendo 6 de cada lado) feita de talisca de bambu, o olho é de cabaça de frade o rabo é pegado no forro de pano e para cobrir carcaça do boi é utilizado 6m de tecido estampado com uma pessoa em baixo para fazer os movimentos do boi e a sua frente o vaqueiro vestido de couro com uma guiada.
Atualmente o esqueleto do boi é feito de tubo PVC, onde esta mudança ocorreu por conta de ser mais leve, a durabilidade e maior a sua cabeça continua original e a roupa do vaqueiro também.

Esta historia foi criada em 10 de março de 1994 por Mestre Bicudo e por Jorge Luiz Bahia.
A construção deste Boi foi feita pelo Sr. Feliciano dos Santos (Bicudo) e Dôro Velho.
O grupo contém 25 Componentes e 01 Boi – O Alazão!

sexta-feira, 23 de março de 2007

O Lidroamor Axé

O Lindroamor chegou à cidade de São Francisco do Conde através dos portugueses, quando D. Pedro II instalou-se numa das principais casas da cidade para governar por um dia. Não existem registros, somente histórias contadas passadas de geração em geração, desde o tempo do império. Apesar de ser uma manifestação de origem Portuguesa, sofre influência africana que pode ser notada nas canções, danças e instrumento.
Etimologicamente a expressão é uma constante na lírica Portuguesa.
A manifestação ficou cerca de 40 anos fora de atividade, sendo resgatada no ano de 1993, quando um grupo de pessoas com a intenção de formar um bloco carnavalesco, resolveu atender aos pedidos da comunidade que resgatassem o Lidroamor, uma manifestação tradicional que havia se acabado.
O Lidroamor, tem em sua origem a expressão “Lido amor”, é um folguedo do Recôncavo cuja a finalidade é arrecadar recursos para fazer o caruru no dia 27 de setembro em homenagem aos santos gêmeos São Cosme e São Damião.
Vestindo trajes coloridos e, portanto estandartes e imagens dos santos, as mulheres do Lidroamor cantam e dançam nas portas das casas nas ruas da cidade.
O Lidroamor Axé, é o mais representativo dos gêneros no Brasil, foi reativado a mais de 10 anos e conta com mais de 80 integrantes da comunidade de São Francisco do Conde na Bahia. O grupo já se apresentou na Europa e em diversos estados do país levando alegria e um pouco da nossa cultura popular.
Axé para você, e querendo é só chamar!!

domingo, 11 de março de 2007

Mário Augusto Teixeira de Freitas


Mário Augusto Teixeira de Freitas nasceu em São Francisco do Conde, Bahia, em 31 de março de 1890. Ingressou, em 1908, na Diretoria Geral de Estatística do Ministério da Agricultura, Viação e Obras Públicas, onde promoveu numerosas pesquisas estatísticas, até então inéditas no país. Graduou-se com distinção no Curso de Direito, em 1911, pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro.
Em 1920, foi nomeado Delegado Geral do Recenseamento em Minas Gerais e sua notável atuação nesse cargo levou o governo mineiro a convidá-lo para reformar a organização estatística estadual. Teve, então, a oportunidade de testar a aplicação, no campo da estatística, do sistema de cooperação interadministrativa entre as esferas de governo federal e estadual. Como diretor do Serviço de Estatística Geral de Minas Gerais lançou importantes trabalhos, entre eles o Anuário Estatístico do Estado, o Anuário Demográfico e o Atlas Corográfico Municipal de Minas Gerais.
A criação máxima do pensamento e ação de Teixeira de Freitas foi, sem dúvida, o IBGE. Baseado em seu plano de cooperação interadministrativa entre as três esferas governamentais - federal, estadual e municipal -, foi criado em 1934 e instalado em 1936 o Instituto Nacional de Estatística, que a partir de 1938 passa a denominar-se Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, pela associação nas mesmas bases de cooperação interadministrativa, do sistema de atividades geográficas. No período de 1936 a 1948 idealizou, planejou e consolidou a organização estatística brasileira como Secretário-Geral do Conselho Nacional de Estatística, órgão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Participou em Washington da criação, no ano de 1941, do Instituto Interamericano de Estatística onde exerceu destacado papel tendo sido, por isso, eleito seu primeiro presidente e, posteriormente, presidente honorário.
Teixeira de Freitas faleceu no dia 22 de fevereiro de 1956, na cidade do Rio de Janeiro, deixando um legado de trabalho fecundo e criador. Parafraseando Carlos Drummond de Andrade, em crônica publicada no Correio da Manhã, de 25 de fevereiro de 1956, pode-se com ele concordar quando afirma que Teixeira de Freitas deixou uma lembrança rara de homem público pela obra construída mesmo não tendo, sequer, governado o menor pedaço do país. Porém, influiu profundamente na evolução e nos rumos que o seu ideário norteou.
A longa carreira de sevidor e o quase anonimato a que se submetia tornaram evanescente a sua figura no mundo das idéias e do conhecimento da realidade nacional. Mas, o seu legado está vivo e presente não só na obra-prima que foi a criação do IBGE como na circulação de conceitos e noções que, ainda hoje, servem de horizonte à modernidade brasileira.

sábado, 10 de março de 2007

Capabode


A origem desta expressão vem do ato do escravo arrancar os testículos do bode. Com a cabeça do animal, o escravo escondia o rosto para fugir dos senhores de engenho. Mais tarde, os escravos descendentes de bantos (Angola) começaram a confeccionar máscaras horripilantes para assustar e saquear os estabelecimentos locais. Suas vestimentas foram ganhando apetrechos importantes, como o bocapiu (cabaça presa a cintura), conhecida como mocó, para esconder os produtos dos saques. Com o passar do tempo, a história dos capabodes foi levada para o carnaval, tornando-se um dos grupos mais animados da cidade.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Samba-Chula Filhos da Pitangueira


Quem acredita que passar dos 50 anos é sinônimo de ultrapassado, está se equivocando. Pelo menos em São Francisco do Conde, a idade pode ser comparada a vitalidade se depender dos Filhos da Pitangueira, grupo de samba-chula da cidade. Com 25 integrantes com idades entre 17 e 85 anos, o grupo virou atração desde abril, quando se apresentou ao lado do cantor Paulinho da Viola, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e fizeram até o mês de julho uma turnê pelas principais cidades do país no “Sonora Brasil”, promovido pelo Sesc. Considerado patrimônio da humanidade, o samba-chula tem características próprias. O grupo não samba enquanto os cantores declamam a chula (forma de poesia). A dança só tem início após a declamação, quando uma mulher por vez samba no meio da roda ao som dos instrumentos e de palmas , enquanto rolam os primeiros passos. Em pé, nove mulheres se revezavam e, ao som de palmas, pratos, triângulo e um coro de vozes, esperam que uma delas sambe no meio da roda, enquanto uma dupla de músicos canta a chula e uma segunda canta o relativo. O samba faz parte da cultura brasileira desde 1860, com a vinda dos africanos para o Brasil. Da África, couberam os passos da dança que celebravam as divindades ligadas ao Candomblé. Da cultura portuguesa, veio a viola, que se juntou ao ritmo criado no Recôncavo. Essa mistura deu origem ao ritmo que hoje conhecemos como Samba-Chula. Os instrumentos peculiares para execução do ritmo são bem antigos também, como o machete (percussão) e a viola de 10 cordas, que já não se fabrica mais. O Samba Filhos da Pitangueira é considerado o único samba chula nacional por mater a risca as tradições trazidas pelos africanos e possuir a única viola marchê do país. Existem apenas três o mundo.

quinta-feira, 8 de março de 2007

A Ilha de Cajaíba


Exatamente em frente à sede do município, está a Ilha de Cajaíba. São 8 km de extensão, separados do Continente por um canal. Além das belezas naturais, incluindo uma praia particular na contra-costa, a ilha é reduto da História Nacional, remontando aos tempos áureos da nobreza açucareira. No local, ainda existem, e em ótimo estado de conservação, a casa grande, senzala, engenho de fábrica e as centenárias palmeiras imperiais. Um deleite para os apreciadores do turismo histórico.

A Ilha já foi residência oficial de nomes ilustres, como o 3º Governador Geral do Brasil, Mem de Sá, e o historiador e precursor do movimento bandeirante no estado, Gabriel Soares, além do Barão de Cajaíba, comandante da Sabinada – revolta liberal em favor da Independência da Bahia - e conhecido pela crueldade que dirigia aos inimigos e aos escravos – jogados ao mar, ainda vivos, através de um fosso. O acesso à ilha é, exclusivamente, por barco.